quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Empresas inovadoras devem atrair mão de obra jovem, ensina Dimenstein

A velocidade do conhecimento é cada vez maior e para a empresa se manter sempre atualizada é preciso atrair talentos jovens. A avaliação é do jornalista Gilberto Dimenstein, especialista em capital humano, que proferiu palestra nessa quinta-feira durante a premiação do Programa de Iniciação Científica e Tecnológica para Micro e Pequenas Empresas (Bitec), que incentiva o desenvolvimento de projetos envolvendo estagiários, orientadores universitários e empresários.

A estudante de Zootecnia da Universidade Federal Rural do Semi-Árido do Rio Grande do Norte Michelle Santos da Silva venceu na oitava edição do prêmio com um projeto que beneficia os produtores rurais. A partir do alecrim-pimenta, que é uma planta do sertão nordestino utilizada para combater fungos de pele e bactérias, a bolsista extraiu a tintura, que passou a ser utilizada para higienizar as cabras antes da ordenha. Isso gerou economia de 70% para os produtores rurais da região.

“O produtor está sempre aberto a novas idéias e soluções. Aprendemos muito com ele, mas também foi muito bom poder contribuir, ensinar e ver que eles têm interesse”, afirmou Michelle Santos.

Outro dos quatro vencedores do prêmio, o estudante de Engenharia Química da Faculdade Aracruz, Lorenzo Pratti Prando, do Espírito Santo, desenvolveu na Marmoraria Inter um projeto para reaproveitar os resíduos na produção de concreto, que antes poluíam o lençol freático e tinham alto custo para a empresa no descarte.

“Esse prêmio possibilitou que eu ampliasse o leque de informações e colocasse em prática tudo o que foi visto durante a graduação. Isso proporcionou mais conhecimento teórico e prático”, afirmou ele, que espera contribuir com outros projetos e concorrer novamente ao Prêmio Bitec.

Devido a experiências como essas, o jornalista Gilberto Dimenstein lembrou que ao contratar um estagiário, não é a empresa que faz um favor ao jovem estudante e sim, o contrário. Segundo ele, o estagiário é quem traz a inovação para dentro das empresas.

“Quando o jovem que é empenhado e conhece as tecnologias ingressa na empresa, traz um capital humano gigantesco”, ressaltou Dimenstein em sua palestra.

Para o superintendente do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), Carlos Cavalcante, casos de sucesso como os destacados no Prêmio Bitec desmentem o antigo conceito de que estagiário é mão de obra barata.

“Aqui está o verdadeiro estágio. Conseguimos ver os estudantes dentro das empresas, transformando-as, renovando-as e constantemente provocando alterações dentro dos padrões de comportamento”, afirmou.

Desenvolvido pelo IEL em parceria com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), o Programa Bitec oferece bolsas para que estudantes de graduação desenvolvam projetos de inovação tecnológica em empresas de micros e pequenos portes. Mais informações no site http://www.iel.org.br.

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