segunda-feira, 27 de julho de 2009

Transformadores de rede ganham etiqueta de eficiência energética


Os transformadores instalados nas redes brasileiras de distribuição elétrica terão, a partir de 2 de junho, uma etiqueta que indicará o grau de consumo de energia do aparelho. Semelhante ao que é aplicado em geladeiras, condicionadores de ar residenciais e outros equipamentos elétricos, o selo mostrará ao mercado as empresas que investem na preservação do meio ambiente, na qualidade e na eficiência energética dos transformadores.

Resultado de uma iniciativa da indústria do setor, a etiqueta é parte de um amplo trabalho que visa à regulamentação do equipamento pela Lei 10.295/2001, que prevê padrões mínimos de eficiência energética para aparelhos elétricos usados no Brasil. “A expectativa é que em 2011 o Brasil tenha uma legislação definindo padrões mínimos de eficiência energética para esses equipamentos”, informa Rodrigo Sarmento Garcia, analista da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

O estabelecimento de índices mínimos de eficiência energética para os transformadores reduzirá as perdas técnicas de energia na rede de distribuição e, conseqüentemente, diminuirá a conta paga pelos consumidores. “Além do combate ao desperdício, do melhor aproveitamento dos recursos naturais, haverá uma redução nos custos de energia”, afirma Garcia.

Segundo ele, os padrões mínimos de eficiência serão definidos a partir de estudos técnicos e de uma base de dados que estão sendo organizados pelas indústrias do setor, coordenadas por um grupo de técnicos da CNI, do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) da Eletrobrás, do Centro de Pesquisas de Energia Elétrica (Cepel), da Associação Brasileira da Indústria Eletro- Eletrônica (Abinee) e do Ministério de Minas e Energia.

Os estudos também terão a contribuição e a avaliação de técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Inmetro). O trabalho começou há três anos com a formação do grupo de empresas interessadas na qualificação dos transformadores e uma pesquisa que envolveu 21 empresas do setor, responsáveis por 90% do mercado.

A pesquisa e o trabalho desenvolvido até agora mostraram que as indústrias brasileiras têm condições técnicas para produzir transformadores 30% mais eficientes que os disponíveis no mercado. Atualmente, existem cerca de 2,5 milhões de transformadores instalados nas redes de distribuição de energia do país. As indústrias do setor colocam aproximadamente 130 mil novos aparelhos ao ano no mercado. Os transformadores novos, que duram entre 15 e 20 anos, são usados na reposição de antigos ou na expansão das redes de distribuição, informa o técnico da CNI.

A substituição dos aparelhos menos eficientes é um investimento elevado para as concessionárias de energia e outras empresas que instalam redes elétricas. Por isso, a indústria sugere, além da definição de padrões mínimos de eficiência, a criação de incentivos para a compra de transformadores de baixo consumo e o combate à pirataria.

O selo de eficiência dos transformadores será lançado em 2 de junho, às 12h, no estande da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee), na Feira Internacional da Indústria Elétrica, Energia e Automação, que ocorrerá de 1º a 5 de junho no Anhembi, em São Paulo.

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