segunda-feira, 14 de junho de 2010

Mulheres conquistam construtoras em SC

Fonte: SENAI

Praticamente todas as alunas do curso gratuito Assentadora Cerâmica já estão contratadas por empresas do Balneário Camboriú, em Santa Catarina. Aberta exclusivamente a elas, a formação profissional foi ministrada pelo Senai-SC em parceria com o Sindicado da Indústria da Construção Civil de Balneário Camboriú (Sinduscon) no final de 2009.

"Decidimos criar um curso específico para mulheres, em parceria com o Senai, pois constatamos que muitas vezes elas tem um olho clínico melhor que os homens, são mais detalhistas e cuidadosas", explica o presidente do Sinduscon, Carlos Haacke. "Essas são competências importantes para quem trabalha com acabamento, como é o caso do assentamento cerâmico".

De acordo com Haacke, as construtoras que contratam mulheres estão satisfeitas. A iniciativa, além de ajudar a diminuir a falta de trabalhadores qualificados no setor, também ajuda a melhorar o clima de respeito nos canteiros de obras.

A proposta fez Maria Cristina Emmendoerfer mudar de profissão. "Sou professora, mas estava parada. Fiz o curso por curiosidade e acabei gostando. E logo em seguida apareceu uma vaga de emprego."

Para ela, uma das vantagens da contratação de mulheres na construção civil é a preocupação com os detalhes. "Nesse mercado, os clientes querem o acabamento perfeito." Maria Cristina agora trabalha com sua colega de curso Vera Lúcia dos Santos de Amorim.

"Eu não tinha nem noção de como era assentar uma cerâmica. Uso tudo o que aprendi no curso. Ele foi fundamental e abriu portas", diz Vera, afirmando acreditar que sua empresa pretende contratar mais mulheres, por ter percebido o capricho das trabalhadoras no acabamento dos serviços.

O número de mulheres que atua na Construção Civil aumentou 65% na década, mostra a Relação Anual de Informações Sociais (Rais) do MTE. Se em 2000 elas eram pouco mais de 83 mil entre 1.094 milhão de pessoas empregadas, em 2008 elas ocupavam 137.969 vagas num estoque de trabalhadores de quase 2 milhões.

O vice-presidente do Sinduscon-SP, Haruo Ishikawa, ressalta que as mulheres hoje atuam em todas as atividades. “Elas começaram no setor como engenheiras e técnicas de segurança em canteiros de obras. Agora o trabalho se estendeu para atividades de pedreiro, ajudantes, azulejistas, ceramistas, eletricistas e encanadores. Elas são mais dedicadas, muitas delas são qualificadas, pois fazem cursos e acabam superando os homens."

No primeiro bimestre de 2010, 5.258 mulheres conseguiram emprego na construção civil, ocupando 5,9% das vagas geradas no setor nesse período, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Nos dois primeiros meses do ano passado, elas ocuparam 1.629 vagas das mais de 14 mil geradas pelo setor, ou seja, 11,49%.

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